
Inteligência
A inteligência é uma capacidade complexa que nos permite raciocinar, resolver problemas, aprender e nos adaptar a novas situações. Ela é influenciada por fatores tanto genéticos (cerca de 40 a 80%) quanto ambientais, incluindo a educação, a nutrição e a estimulação cognitiva. Nos séculos XIX e XX a inteligência era aceite como uma combinação de capacidades lógicas como a memorização e a compreensão, focando-se apenas no fator cognitivo. A medição métrica da inteligência era feita através de testes de QI, que mediam a capacidade que alguém possuía para resolver uma série de problemas lógicos, atribuindo um valor numérico à inteligência do sujeito. No entanto, com a passagem do tempo foram-se verificando que os resultados destes testes nem sempre se verificavam no sucesso que alguém adquiria. Isto levou a uma alteração do paradigma da inteligência como uma capacidade lógica e alargou-se o seu significado.
Umas das primeiras teorias relacionadas com os componentes da inteligência foi a Teoria Triárquica (ou Tripartida) de Sternberg, que nos diz que a inteligência humana se divide em três componentes: a Inteligência Analítica, que nos permite processar e avaliar informação; a Inteligência Experimental, que nos permite pôr em prática este conhecimento pré-adquirido; e a Inteligência Creativa, que garante ao sujeito uma grande criatividade, permitindo a criação de novas ideias e teorias. Para Sternberg, um indivíduo bem sucedido no mundo precisa de ter estes três tipos de inteligência muito bem desenvolvidos.

Atualmente são aceites vários tipos de inteligência, tendo em conta os estudos feitos por Howard Gardner sobre como o cérebro adquire e processa informação. Este criou a "Teoria das Inteligências Múltiplas" que nos diz que existem 9 tipos de inteligência incluindo a verbal, lógico-matemática, espacial, musical, corporal, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial. Cada um desses tipos refere-se a uma habilidade específica que pode ser medida e desenvolvida.
- Verbal: Indivíduos com uma boa inteligência verbal tem facilidade para se expressar em discurso oral e escrito, sendo algo bastante necessário em empregos que envolvam contacto direto com o cliente, como vendedores, ou jornalistas. Também demonstram uma grande capacidade de aprendizagem de novas línguas.
- Lógico-Matemática: Este tipo de inteligência permite uma boa capacidade de raciocínio e de identificação de padrões lógicos. Isto permite que haja uma boa capacidade de resolução de problemas complexos por parte do indivíduo. É um campo que trabalha muito com números, e por isso todos os campos de trabalho da matemática, física ou contabilidade, entre outros, são boas opções de emprego para indivíduos que apresentam esta capacidade mais desenvolvida.
- Espacial: Indivíduos que apresentem esta vertente da inteligência melhor desenvolvida possuem uma maior facilidade no processamento de informações de origem visual, como por exemplo cores, formas ou espaços, e têm uma grande capacidade imaginativa, conseguindo, por exemplo, imaginar formas em 2D e 3D com maior facilidade do que outros indivíduos que não apresentem este tipo de inteligência tão desenvolvido. Os empregos que mais requisitam esta capacidade são engenharia civil, design gráfico ou arquitetura, entre muitos outros.
- Musical: Este tipo de inteligência permite ao indivíduo a capacidade de distinguir sons, tocar instrumentos, encontrar padrões rítmicos, entre muitas outras capacidades. Músicos e produtores utilizam estas capacidades e através dos diversos sons e palavras que as músicas compostas apresentam, eles são capazes de transmitir algum tipo de sentimento para o ouvinte, variando de pessoa para pessoa. Pessoas que trabalhem na área das artes cénicas também necessitam desta capacidade para conseguir decidir que tipo de música precisam de meter nalguma cena para que os espectadores experienciem as emoções que estes querem.
- Corporal: Indivíduos que apresentem esta vertente da inteligência bem desenvolvida têm uma maior coordenação motora, reflexos mais apurados e geralmente, apresentam uma capacidade motora mais desenvolvida. Também apresentam uma boa noção espacial (distância/profundidade). Estas capacidades são utilizadas nos diversos ramos da educação e da dança.
- Interpessoal: Indivíduos que apresentem esta inteligência bem desenvolvida adquirem melhores capacidades em lidar com os mais diversos carateres de personalidade que alguém possa apresentar. São indivíduos que apresentam uma grande capacidade de liderança e de convencer as pessoas ao seu redor. Sujeitos que trabalhem em Marketing e Relações Internacionais costumam apresentar um grande desenvolvimento deste tipo de inteligência.
- Intrapessoal: Este tipo de inteligência permite a um sujeito analisar e compreender melhor as suas emoções em confronto com o meio ambiente, e ser capaz de responder de forma adequada às diferentes situações. Permite também que o sujeito apresente uma maior empatia.
- Naturalista: Esta inteligência permite uma melhoria na sensibilização e empatia para com tudo o que é natural, sendo animais ou plantas, e geralmente sentem-se confortáveis em contacto com o meio ambiente. Trabalhos relacionados com Biologia ou Engenharia do Ambiente são as melhores opções para indivíduos que apresentem este tipo de inteligência.
- Existencial: Indivíduos que apresentem esta inteligência bem desenvolvida são curiosos e questionadores, e costumam analisar tudo o que lhes é apresentado como novo. Questionam sobre a origem do Universo, o significado da vida ou a formação do mundo e são ótimos criadores de teorias. Trabalhos relacionados com Filosofia são adequados para pessoas que apresentem um grau maior de desenvolvimento desta inteligência.
Os testes de QI são realmente confiáveis?
Os testes de QI foram desenvolvidos pelo francês, Alfred Binet, no âmbito de selecionar crianças que precisavam de ajuda educacional especial, para tal os testes mediam habilidades mentais tais como: memória, atenção, compreensão verbal e raciocínio lógico. Mais tarde, nos EUA em 1916, Lewis Terman desenvolveu o seu teste QI, popularizando o mesmo até aos dais de hoje.
Atualmente, os testes de QI são muito usados como formas de quantificar a inteligência de uma pessoa e, tendo em conta os resultados, avaliar se a pessoa em questão possui um futuro com boas ou más perspectivas. No entanto, algo que muitos não se apercebem, é que os testes de QI não envolvem muitos conteúdos que são importantes de forma a avaliar corretamente as capacidades de alguém. Por exemplo, os testes de QI não medem capacidades práticas. Ora, no mundo do trabalho, embora ter bastante conhecimento teórico não seja algo negativo, se esse conhecimento não puder ser posto em prática então a pessoa em questão não será contratada, sendo preferível optar por alguém que consiga, de facto, realizar a tarefa. Isto é algo que podemos relacionar bastante com o desporto, uma vez que ter bastante conhecimento sobre a técnica e a biomecânica por trás de um certo gesto técnico de alguma modalidade, não implica que essa pessoa consiga realizar na prática esse mesmo gesto. Para além disto, os testes de QI também não têm em conta as diferenças culturais, sendo que estes estão adaptados à cultura do Ocidente.
Em baixo estão representados alguns exercícios de testes de QI atuais.



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